terça-feira, 31 de julho de 2018

O EVANGELHO SEGUNDO JESUS, RAINHA DO CÉU




Foto retirada da internet.


Depois de alguns anos senti necessidade de fazer esta postagem, pois é sobre um momento especial que quero guardar.

Fui batizada na igreja católica, mas há muito tempo, lendo a bíblia, deixei de frequentar. Durante um tempo procurei outra religião que me preenchesse, mas não encontrei. Hoje me fortaleço com a energia do universo.

No Festival de Inverno de Garanhuns - FIG, assisti ao espetáculo O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu. Desde o começo foi uma história inusitada. Espetáculo na programação, espetáculo proibido... Vaquinha para manter independente e finalmente chegou o dia, com hora e local informados pela internet na página do evento.

Informações desencontradas e de repente estamos, um grupo anônimo, como bem disse o novo amigo de caminhada Vanderson, rumando a pé pelas ruas de Garanhuns em busca do endereço. O mote era medo de perder a peça, misturado com a confiança de que daria tudo certo.

E deu! Percebemos que chegamos ao endereço pelos inúmeros carros de polícia que cercavam o local (para garantir a segurança). Não tive coragem de fotografar, sabe quando você imagina que uma ação mal calculada pode causar uma reação no mínimo desagradável?

Fomos muito bem recepcionados pelos organizadores do evento, entramos com calma e fomos nos acomodando até o espaço lotar.



Daí foi só magia. A atriz Renata Carvalho chegou linda, de blazer, com sua malinha branca e começou o encantamento! Sobre a atriz o que ficou em mim foi sua força!  Que se exprime pela voz, pelo olhar e pela presença! Eu diria que ela “chega chegando”, acho que hoje diz "lacrou" kkkk Será? Parabéns, Renata, você arrasa! 

E seguimos nessa viagem, éramos nós, grande plateia silenciosa, atenta, conectada a ela! Um texto arrasador que cada vez nos absorvia e emocionava mais. Eu não entendia a minha emoção e   comecei a me questionar como uma vivência, que eu achava que havia ficado lá atrás, poderia estar me comovendo tanto?  Histórias bíblicas, parábolas... Como assim?



Aos poucos fui sentindo que era porque aquelas transcrições estavam repletas de amor! Aquele amor que a gente passa a vida querendo aprender e torcendo para ter vida suficiente para exercitar, o amor pleno, incondicional pelo ser! Percebi que o que estava sendo dito ali é o que acredito! Que somos um com o universo que em sua energia amorosa não diferencia gênero, raça ou crença! Percebi que se tivesse encontrado isso em alguma instituição religiosa esta porta ainda estaria aberta.

Durante toda a peça Renata transita pelo espaço, com isso pude ver o semblante das pessoas, todas embevecidas, deslumbradas, juntas na mesma emoção, me vi no olhar delas! Chorei, chorei, chorei maravilhada!

Saímos de lá, abraçados, eu minha amiga Ana Rosa e seu filho Victor, eu ainda sem conter as lágrimas, todos agradecidos por compartilharmos juntos mais um momento especial. Saímos felizes, renovados, no friozinho de Garanhuns em busca de um café para irmos nos inserindo aos poucos no mundo real.

Uma coisa é certa: esta peça tem mesmo contraindicações. Ela é totalmente contraindicada para quem tem intolerância ao amor. Quem não sofre disso, chegue junto! Vá ver! É linda! E quem tem e quer se curar, chegue também! Vá atrás! O remédio é dos bons!

Parabéns a todos envolvidos na realização do espetáculo! Muito obrigada!

Assisti à apresentação das 17h. Haveria outra às 21h, entretanto houve censura, impedimento, ação policial, violência que me envergonham como pernambucana. Fatos já muito relatados pela imprensa e redes sociais. No link abaixo está o posicionamento perfeito da autora da peça, a britânica Jo Clifford, sobre os fatos tenebrosos que aconteceram em Garanhuns.


Texto traduzido pelo Google no link acima.
Domingo 29 de julho de 2018

Epitáfio para um festival que colabora com seus censores


Ontem fiquei tão aliviada e feliz que minhas queridas amigas e colegas Renata Carvalho e Natalia Mallo e nossa companhia de teatro irmã seguramente escaparam do perigo em que estavam quando apresentaram minha peça "O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu" no festival de inverno da cidade brasileira de Garanhuns.

E eu estava orgulhoso por eles terem se saído tão bem no caos e no perigo dessa performance final. Eles fizeram uma posição incrivelmente poderosa e corajosa pelos direitos humanos e pela liberdade artística de expressão.

Eu ainda estou tão orgulhoso deles hoje. Orgulhoso, também, de que trabalhemos juntos e que esta versão brasileira da peça seja nossa criação conjunta.

Mas também estou furiosa com raiva. A maneira como eles foram tratados por este festival e esta cidade é uma vergonha total.

Que tipo de festival é, eu me pergunto, que opera sob o slogan "Long Live Liberty"; que convida uma peça a fazer parte dela, e então retira abruptamente o convite no último minuto porque supostamente ofende a igreja cristã. É assim que celebra a liberdade?

E que tipo de festival é que ter sido informado de que suas ações em retirar o convite são ilegais, cancela seu cancelamento, reinsere o jogo em seu programa e, em seguida, retira-o novamente assim que o desempenho está começando?

Que tipo de festival é aquele que então fica parado enquanto a polícia armada chega em vans blindadas, corta a energia do sistema de som da produção, corta o poder de sua iluminação? Uma força policial que primeiro tenta bloquear o público para fora do teatro, e depois, não tendo conseguido fazê-lo, tira o assento do público e remove a cobertura do teatro, forçando a platéia e o intérprete a suportar a chuva torrencial?

Que tipo de festival é que não só não protege seus artistas, mas também literalmente desmonta seu espaço de performance enquanto eles estão se apresentando?

Tem um nome. Chama-se Festival Internacional de Garanhuns, FIG. E nenhum artista que se respeite jamais deveria concordar em se apresentar lá novamente.

E que tipo de prefeito, eu me pergunto, ter tido a oportunidade de receber artistas e público no festival de arte de sua cidade e a oportunidade de apresentar sua cidade como um lugar diverso, seguro e acolhedor ... escolhe ao invés disso transmitir e celebrar preconceito e ódio?

Ele tem um nome: Izaias Regis. E ele cobriu sua cidade em ignomínia e vergonha.

E que tipo de juiz da Suprema Corte, eu me pergunto, concede uma liminar proibindo a performance de uma peça e mostra em seu julgamento uma total ignorância do significado e do conteúdo da peça?

Que tipo de juiz da Suprema Corte distribui um julgamento que contradiz as leis e a constituição de seu próprio país? O país cujo sistema legal ele deveria estar apoiando?

Que tipo de juiz do Supremo Tribunal poderia ser tão ignorante e tão preconceituoso a ponto de fazer isso?

Ele também tem um nome: Roberto da Silva Maia. Ele é uma desgraça total para sua profissão.

E que tipo de líder religioso, eu me pergunto, tão manifestamente e descaradamente falha em proteger e defender as vítimas do preconceito em sua diocese? Então, desgraçadamente, engana seu rebanho ao falhar em defender o único mandamento que Jesus disse estar no centro de todo o seu ensino?

É o mandamento de amar o próximo como a si mesmo, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns. Por favor, pense sobre isso.

E quanto a você, Associação de Pastores Evangélicos de Garanhuns, Jesus conhecia seus semelhantes.

Ele conhecia você muito bem. Ele nunca denunciou pessoas como eu ou Renata Carvalho. Mas ele denunciou você. De novo e de novo. Doutores da lei, fariseus, hipócritas. Sepulturas de Whited. Corações de pedra.

Você e seu semelhante Jesus crucificado. Assim como você ameaçou crucificar Renata se ela se apresentasse no palco.

Vocês se chamam seguidores de Cristo, mas vocês são seus piores inimigos.

Mas obrigada, artistas e público de Garanhuns que levantaram fundos para permitir que nossa peça seja executada apesar da censura. Obrigado por assistir as duas performances. Obrigado por ficar até o final da segunda apresentação e dar a esses corajosos artistas de teatro as boas-vindas, apoio e proteção que o festival tão vergonhosamente não conseguiu dar a eles.

Você representa o melhor da sua cidade.

Quanto a você, FIG ... você se lembra da história do evangelho da figueira em Betânia que não deu a Jesus nenhum fruto? Ele amaldiçoou e isso murchar e nunca deu frutos novamente.

Você vai levar essa desgraça ao redor do seu pescoço como uma pedra de moinho.

E na sua forma atual você também murchará e morrerá.

Nenhum bem jamais virá de você novamente.
Jo Clifford em 5:27 pm

terça-feira, 5 de maio de 2015

Sistema 25 - Excelente!


25 homens em cena. 25 espectadores. Homens de varias idades, num cenário perfeito representam 25 presidiários. Baseada em textos de Plínio Marcos, Sistema 25 vem com um formato diferente que permite a interação dos espectadores que, por sinal, estão misturados a eles em cadeiras dispostas no cenário.

Emoção e diversão garantidas. O espetáculo deu Show na trilha sonora e na iluminação.



Desejei ter por perto uma das minhas poetisas favoritas, Graça Nascimento com mais um dos seus poemas viscerais, “Época do desespero”, cujo um trecho transcrevo aqui:

“Liberdade para aqueles que estão vivos
Piedade para aqueles que estão mortos
Piedade para aqueles que estão vivos
Liberdade para aqueles que estão mortos

Clamores, gemidos, manchetes, horrores
Acontece o flagrante, depois a prisão, o soco
O saco, o interrogatório, o reformatório
Reformar o quê? O sistema ou você?
Quem é vítima? Quem é culpado?
Quem é certo? Quem é errado?”

Seria uma boa mistura! Quem sabe um dia junto os dois? Sistema 25 e Gracinha!

Super-recomendo esta peça! 

Vem ai uma curtíssima temporada  nos dois primeiros finais de semana de junho. Eu vou ver de novo!

https://www.facebook.com/sistemavintecinco/photos_stream


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pousada Recanto da Coruja

A semana santa foi em Ipojuca, praia de Merepe, na Pousada Recanto da Coruja. Local muito simpático e agradável. Fiquei no apartamento luxo, no térreo. Quarto espaçoso  com cama grande e confortável. Equipado com TV  LCD 32”, ar condicionado Split, tudo funcionando direito. Banheiro grande,  com chuveiro elétrico, secador de cabelo. Na frente,  varanda  com rede e um sofá.


A pousada inteira é bem charmosa,  rica nos detalhes que decoram seus espaços públicos. O jardim é muito bem cuidado e tem recantos que podem ser aproveitados para o lazer e boas fotos de recordação.


O café da manhã é servido numa sala pequena e também cheia de charme. Parece menor por causa do tipo de mobiliário escolhido, mesas  e cadeiras rústicas  de toras de madeira. Têm um visual lindo, mas são bem pesadas e desconfortáveis. Vale salientar que apesar da sala ser pequena em nenhum dos dias esteva lotada.




Por sinal, o café foi uma grata surpresa! Variado e cheio de mimos: banana frita, canjica, bruschettas, pão caseiro, tortas salgadas, tapiocas variadas feitas na hora. O normal dos hotéis também estava lá, pães, bolos, sucos, frutas, ovos, cuscuz, macaxeira, charque, linguiça,  presunto, queijos... Muito bom mesmo!


A cozinha funciona até às 21h, com pedidos até às 20h30. No cardápio experimentei sanduíche, omelete, todos bem-feitos e saborosos. Só ficou a desejar uma isca de peixe que pedi para petisco e não tinha sabor de nada.


A praia é linda! Fica a alguns poucos metros da pousada (sou ruim de medição). Na frente mesmo não é indicado para banho, pois é mar aberto. Na recepção recebi a orientação de caminhar um pouco para a esquerda, pois lá encontraria uma área mais propícia.  Fiz isso e amei! Deliciei-me todos os dias naquele mar maravilhoso!

É fácil de chegar, basta observar as placas, Para ir ao centro de Porto de Galinhas precisa estar motorizado.

Mimo que recebemos pela páscoa
No quarto tem alguns detalhes que precisam de atenção.  No que fiquei a chave travava na porta, tinha que fazer várias tentativas de girar até abrir; a parte do blecaute da cortina despregou do trilho e fica lá arriado. E, para ficar mais do meu agrado, precisaria ser mais claro, inclusive nos moveis que são de madeira escura, mas isto é bem pessoal, coisa das pessoas viciadas em livros!

Em resumo, a Pousada Recanto da Coruja me agradou muito, fui muito bem-tratada, os funcionários são simpáticos e prestativos. 

Voltarei e recomendo! 

http://www.recantodacoruja.com.br/

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O SAL DA TERRA


Fui assistir ao filme O Sal da Terra. Por um momento quase me arrependi. Ao me deparar com uma realidade tão crua, ressenti-me em sair da minha distância confortável de uma existência tão dura e cruel. Sei que existe, mas não vejo...

Fiquei me perguntando como Sebastião Salgado conseguiu estar tão próximo da morte, da dor, da desumanização sem que alguma coisa morresse nele também.


A resposta veio no final do filme. Ele é igual a terra que foi replantada, a natureza que se reconstituiu, trazendo de volta animais, nascentes, VIDA! O ser humano é assim, um terreno fértil.

https://www.facebook.com/oSaldaTerrafilme

http://www.institutoterra.org/pt_br/#

domingo, 29 de março de 2015

EXU - A BOCA DO UNIVERSO


Eu fui! A sorte ajudou, então peguei o penúltimo ingresso, resultado de duas desistências, para a peça Exu - a Boca do Universo no Teatro Capiba (SESC Casa Amarela, Recife, PE.)

Espetáculo excelente! Bonito, vibrante, onde a música, o canto e a dança fluem junto com  texto. Onde um enriquece o outro.

Exu, o orixá da comunicação e da liberdade, que o sincretismo associou ao diabo, vem  na peça brincalhão, sensual, irreverente, mas sem o peso de representar o mal. 

Figurino e maquiagem, para mim, foram shows a parte! Excelentes! Coloridos, esmerados, ricos em detalhes da cabeça aos pés, magníficos!

Quem traz o espetáculo a Pernambuco é o SESC, através do circuito Palco Giratório. A realização é do Núcleo Afro-brasileiro de Alagoinhas – NATA. Ficarei de olho nos trabalhos deste grupo, do qual me tornei apreciadora! 



EXU - A BOCA DO UNIVERSO
GRUPO NATA
SUPER-RECOMENDO!

Abaixo sinopse e ficha técnica retiradas do site:


Exu, a Boca do Universo é uma celebração à vida. Narrando as diversas facetas do Orixá Exu, o Núcleo Afro-brasileiro de Alagoinhas (NATA), passa em revista a ancestralidade de Yangui – o que veio antes de vir –, a irreverência de Enugbarijó, a sexualidade de Legbá, o virtuosismo de Bará, que rege o movimento do corpo, e, entre outras coisas, a descoberta de que Exu teve um amor... Optando por uma dramaturgia músico-poética, o texto tem autoria de Daniel Arcades em colaboração com a diretora do espetáculo, Fernanda Julia. A direção musical é de Jarbas Bittencourt com músicas dele e do próprio NATA. As coreografias são de Zebrinha. A concepção visual de cenografia, figurinos e maquiagem é de Thiago Romero, também ator da montagem.

Ficha Técnica:

FERNANDA JÚLIA

Direção

DANIEL ARCADES

Texto

FERNANDA JÚLIA

Coautoria texto

SANARA ROCHA

Assistência de direção

ANTÔNIO MARCELO, DANIEL ARCADES, FABÍOLA JÚLIA, FERNANDO SANTANA E THIAGO ROMERO

Elenco

SANARA ROCHA

Instrumentista

JARBAS BITTENCOURT

Direção musical

DANIEL ARCADES

Letras das músicas

JARBAS BITTENCOURT

Música sim, sim, não, não

THIAGO ROMERO

Cenografia, figurinos e maquiagem

ZEBRINHA

Coreografia

NANDO ZÂMBIA

Desenho de luz

MARCELO JARDIM

Preparação vocal

BABALORIXÁ RYCHELMY IMBIRIBA

Consultoria litúrgica afro-antropológica

YALORIXÁ ROSELINA BARBOSA

Orientação de axé

ANDRÉA MAGNONI

Fotos de divulgação

KALIK PRODUÇÕES, SUSAN KALIK, FRANCISCO XAVIER, CARDIM PROJETOS E MÁRCIA CARDIM
Produção
NATA

Fotos retiradas do Facebook.


https://www.facebook.com/NataTeatroAfrobrasileiro/timeline

https://www.facebook.com/pages/EXU-a-Boca-do-Universo/162932143905349?fref=ts

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ESTALAGEM ANAUÁ - JAPARATINGA -AL.


Japaratinga dos meus amores! Este lugar mora no meu coração. É o local onde sempre procuro terminar minhas férias. Onde encontro o merecido descanso depois de "turistar" Brasil afora. 

                           

É um paraíso de águas calmas e azuis. Tem a tranquilidade de uma cidade interiorana e a beleza do litoral alagoano. Lá encontro as delícias do mar, as caipiroscas de frutas da estação e uma ”rede preguiçosa pra deitar”.

                      

É lá que me deleito com os guaiamuns e os caldinhos da Choupana do Guaiamum, com o filé de aratu refogado na cebola e alho do Rei do Polvo. E as delicias do Caiuia (tem um post exclusivo para ele aqui).

Adooooooro!!!
                     
                     

Em Japaratinga encontrei a Estalagem AnauáCheguei até ela em 2012, através do Hotel Urbano. Voltei em 2013 e pretendo voltar algumas vezes em 2014! Simples, aconchegante e confortável. Acomodações com  ar condicionado, tv de LCD, cama box, lençóis e toalhas limpos e macios. http://www.estalagemanaua.com.br/


                       

A Estalagem Anauá funciona como um anexo da Pousada Vila de Taipa, assim o hóspede pode utilizar a estrutura das duas. O café da manhã é servido a beira mar no restaurante Companhia da Lagosta que faz parte do grupo, localizado em frente à Vila de Taipa. http://www.viladetaipa.com/


                        

Para mim a Anaúa tem um diferencial que a colocou entre os meus locais favoritos, é o tratamento dispensado ao hóspede por Kenna Santos. Ela recepciona e cuida de nós com um zelo admirável. Simpática, atenciosa, cuidadosa com o bem-estar do hóspede. Sempre pronta a tornar melhor nossa estadia! Percebe-se que é uma profissional que tem prazer em fazer o que faz. Meu destaque e agradecimentos especiais para ela!


2012

Japaratinga e  Anauá eu SUPER-RECOMENDO! 

Eita, que deu foi saudades de tantas coisas boas!

2012




Piscina do Vila de Taipa (2012)

Deliciosos drinques servidos na piscina

Vai uma caipirosca de caju ou maracujá? No Caiuia tem!
Fotos: Erlah Moura

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

99 ANOS DE LOURO DO PAJEÚ - FESTA DE REI!




Este ano foi comemorado mais uma vez, em São José do Egito, o aniversário de Louro do Pajeú. Festa linda que dispensa comentários, pois reproduzo aqui o texto maravilhoso de Braulio Tavares, publicado no Jornal da Paraíba. Segue da forma que me foi apresentado no Facebook por Antonio Marinho:


Amigos e amigas,


já há alguns dias que penso numa forma de agradecer a todos os envolvidos direta e indiretamente na realização plena e extremamente exitosa da nossa FESTA DE REI - 99 ANOS DE LOURIVAL BATISTA. 
Foi bom não ter dito nada, porque chegou agora em minhas mãos este lindo texto de Braulio Tavares. Este poema em forma de artigo. Quem melhor do que alguém de fora, que entende como poucos o que se passa aqui, dentro do nosso reino, para testemunhar a força sempre nova da nossa gente e da nossa arte e elevar a vivência de homem e de poeta que Louro do Pajeú protagonizou e continua vibrando em cada verso e em cada coração de São José do Egito. Obrigado, Braulio! Obrigado, meu povo amado! Obrigado, Berço Imortal dos Cantadores e poetas!!!

Agora deliciem-se com esta pérola... que venha o centenário!!

Festa de Rei
No fim de semana passado, fiz uma coisa que só acontece raramente na vida da gente: realizar um sonho de quarenta anos, e ainda ganhar para isso! O “ainda ganhar” se deve ao fato de que viajei a trabalho, como parte da equipe do documentário “Bom dia, poeta”, que incluía Alexandre Alencar (direção), Amaro Filho e Cláudia Moraes (produção), Ivanildo Marques e Chapola Silva (fotografia e som). Eu fui como roteirista e entrevistador, além de poeta nas horas vagas. 
O sonho de 40 anos foi conhecer São José do Egito, que o pessoal chama (com certa discrepância geográfica) “a Meca da poesia popular nordestina”. Sem a grandiosidade da Kaaba ou das Pirâmides, São José é uma cidade de 30 mil habitantes que respira poesia como Florença respira artes plásticas, ou Nova Orleans respira jazz. Está na essência, na medula daquele povo; está no seu jeito de ser, de falar, de pensar, de interpretar o mundo e de estabelecer seus laços recíprocos de amizade e admiração. No mundo da poesia popular, chamamos de poeta (“bom dia, poeta!”) as pessoas de quem gostamos, que admiramos, que desejamos honrar e tratar bem. Nem todos são poetas, é claro, mas um bom leitor de poesia é mais importante do que duzentos poetas ruins.
A Festa de Rei era a comemoração dos 99 anos de nascimento de Lourival Batista, “Louro” (1915-1992), e um ensaio para a festa do seu centenário no ano que vem. Louro, com quem convivi entre 1975 e 1980, formou, com seus irmãos Otacílio e Dimas, a trinca dos irmãos Batista Patriota, três rochedos imbatíveis contra os quais oceanos inteiros de versos alheios se espatifaram inutilmente. Cada um com suas características; o forte de Louro era o trocadilho, a construção sinuosa e impecável de glosas que entraram para a História, o espírito escarninho e mordaz (principalmente nos desafios com seu grande amigo Pinto do Monteiro), e a alma de poeta, sem vaidades, sem egoísmos. Criou uma família enorme, cheia de artistas, muitos dos quais se revezaram no palco armado em homenagem ao mestre nos dias 4, 5 e 6 deste janeiro.
São José é símbolo de uma região, o Vale do Pajeú, numa área onde Pernambuco e Paraíba se penetram mutuamente, como o símbolo do Yin-Yang, e que engloba Tabira, Itapetim, Teixeira, Tuparetama, Sertânia, Afogados da Ingazeira, Água Branca, Carnaíba, Flores... A Serra do Teixeira e o Rio Pajeú são dois vetores essenciais dessa cultura da sextilha, do cordel, do mote e da glosa; e do repente, do flash instantâneo de percepção que cria uma piada, um trocadilho... Ninguém entenderá a poesia nordestina sem mergulhar nessa cultura gigantesca e quase invisível. É a ponta de um iceberg, e é maior que o Everest.

Meu coração faz morada em São José do Egito,  fiquei muito orgulhosa de participar desta festa e de sentir de pertinho seu resultado, pois pude ver como ela nasceu. Sem apoio do poder público local, foi resultado do esforço da família Marinho Patriota, com filhos, netos, genro, amigos homenageando Louro, a cultura, a poesia o repente e arrastando multidões da forma que aprenderam em casa, na mesa do café.

Obrigada, família! Obrigada, São José do Egito!

O povo, a cultura de São José do Egito EU SUPER, HIPER, MEGA, RECOMENDO!

Kelly Rosa
Cordas da Noite
As Severinas
Tonfil
Bia Marinho
Lucas e Orquestra dos Prazeres
Chico Cesar
Anchieta Dali
Bia Marinho e Anchieta Dali



Missa do Cantador, toda em poesia!